Instituto Criar de TV, Cinema e Novas Mídias

Especial
20 Anos

Instituto Criar resgata duas décadas de sua história a partir do olhar da juventude de territórios periféricos

Para celebrar as duas décadas de atividades e o protagonismo de uma nova geração de contadores de histórias e suas diferentes narrativas e estéticas, o Instituto Criar, em parceria com a Kinoforum, promoveu 04 sessões especiais com curtas-metragens produzidos pelos jovens formados pela entidade, na 35ª edição do Festival Internacional de Curtas de São Paulo.

A partir do trabalho de pesquisa, curadoria e programação de Heitor Augusto, a Sessão Especial 20 anos apresentou um pequeno e delicado recorte dentre as 163 produções realizadas como Projetos Experimentais de Curso pelos mais de 2.800 jovens que passaram pelo Programa de Formação Audiovisual + Tecnologia.

Retratos, inventividade formal, investigação identitária, questões de gênero e direitos humanos são alguns dos traços presentes nesse conjunto de filmes.

Foram 02 programas distintos exibidos em 04 sessões dentro da programação da 35ª edição do Festival de Curtas de São Paulo.

Um laboratório de histórias

Por Heitor Augusto, curador convidado da Sessão 20 Anos de Instituto Criar*

O que esperar de filmes produzidos dentro de uma ONG e resultantes de processos de formação?  A apresentação ofertada ao público de um pequeno recorte da produção saída dos corredores e salas do Instituto Criar representa uma oportunidade de reforçar um traço preponderante da atuação do instituto: o de laboratório de histórias e narrativas.

Guiada por um olhar curatorial atencioso, a seleção de 11 curtas aqui apresentados – cerca de 6% da produção total – derruba pressupostos, questiona expectativas e amplia horizontes. O processo de pesquisa envolveu o visionamento de 163 curtas-metragens realizados entre os anos de 2005 e 2023 como trabalhos de conclusão de curso de 19 turmas do Instituto Criar.

A investigação curatorial revelou uma variedade de abordagens estéticas e temáticas. Encerrado o processo de pesquisa, a sensação é de que as obras produzidas dentro do Instituto Criar externam diferentes visões de cinema e distintos entendimentos da função do audiovisual.

Há também uma sensível variação nos assuntos abordados pelos filmes. Entre os quais estão: dinâmicas intergeracionais e assuntos de família; a periferia como locus de resistência, tendo a juventude ao centro da luta; questões concernentes ao fazer artístico; e a intensificação da presença das pautas identitárias desde 2018. Contudo, fazer generalizações acerca dos assuntos abordados seria incoerente com a característica da própria produção, bastante plural.

Um dos principais desafios para a costura curatorial foi a diversidade de gêneros das obras, bem como as diferenças dos conceitos disparadores que guiaram os TCCs de cada turma. Ao longo de duas décadas, saíram do Instituto Criar videoclipes, ficções, documentários, animações, videoartes e campanhas publicitárias. A busca da curadoria pela construção de programas de curtas coesos guiou algumas das escolhas que agora são apresentadas ao público.

* Heitor Augusto atua nas intersecções entre curadoria, escrita, consultoria e formação de pessoas desde 2008. É autor de “Cinemateca Negra”, (NICHO 54, 2024), livro que mapeou 1.104 filmes dirigidos por pessoas negras no Brasil ao longo de 9 décadas.

Galeria
de Fotos

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O Instituto Criar acredita que a diversidade de parceiros e mecanismos de incentivo traz uma sustentabilidade financeira e executiva mais perene.

Queremos ser um espaço onde as empresas se encontrem nas suas razões de investir.

Luma Reis

Produtora e realizadora audiovisual com foco em cultura, educação e direitos humanos.

É formada em Produção e Política Cultural (Universidade Federal do Pampa), com especialização em ESG (SENAC) e formação livre em cinema pela ELCV de Santo André. Atua há mais de 15 anos no setor cultural e audiovisual, passou por instituições como Associação Cultural Kinoforum e Instituto Acaia. 

Integrou coletivos como Corja Filmes, Cinema de Guerrilha e Nós, Madalenas. Atualmente, é articuladora de Inserção e Educação Continuada no Instituto Criar e sócia da Casa OJÔ. 

Em 2023, foi premiada como relêvancia cultural na Lei Paulo Gustavo de Santo André. Em 2024, teve o projeto “Cartografia dos Sonhos Inacabados” contemplado pela Lei Aldir Blanc de Santo André.

Priscila Machado

Mestranda em Bens Culturais na FGV, pós-graduada em Produção Audiovisual (Anhembi Morumbi) e em Inovação, Empreendedorismo e Projetos na Economia Digital (Universitat de Barcelona), com MBA em Gestão de Projetos (USP). 

Produtora cultural e realizadora audiovisual há 22 anos, é organizadora do livro Memórias de um São: Mapeamento e memória cultural da região de São Mateus. 

Trabalhou por mais de 7 anos no MIS-SP e por mais de 6 anos na Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo foi coordenadora da Casa de Cultura São Mateus, depois de todas as Casas de Cultura, edital de oficineiros e entre outros projetos e programas da Pasta. 

Também foi membra de várias comissões avaliadoras de projeto e juri de projetos culturais. Hoje, é Co-diretora Executiva – Gestão e Impacto do Instituto Criar, onde foi aluna há 20 anos.

Sanara Santos

Sanara Santos é jornalista, comunicadora e diretora da Énois, organização do terceiro setor que atua na área da comunicação.

Nascida e criada na favela da Ilha, na zona leste de São Paulo, já produziu conteúdos para veículos como UOL, Intercept, Folha de São Paulo, Az Mina, Billboard Brasil e Gênero e Número.

Co fundadora da Transmídia, a primeira agência de notícias composta exclusivamente por pessoas trans, Sanara é a primeira mulher negra e trans a liderar uma organização de jornalismo no Brasil. Foi homenageada como jornalista pelo IJNet e também atua como diretora de fotografia.

Priscila Uchôa

Profissional de Produção Audiovisual com mais de 20 anos de experiência no setor, sendo os últimos 9 dedicados a empresas globais do entretenimento como The Walt Disney Company, Paramount, ViacomCBS e A+E Networks.

Especialista em produção executiva, gestão de equipes, orçamentos e cronogramas, dando suporte para criação e desenvolvimento de conteúdos originais.

Atualmente atua como Sr. Producer na Disney, supervisionando projetos estratégicos que unem criatividade e eficiência.

Sua formação inclui bacharelado em Rádio e TV pela Universidade São Judas Tadeu e pós-graduação em Produção Audiovisual pelo Centro Universitário Senac.

Letícia Almeida Ramos

Construiu uma carreira sólida no audiovisual, iniciando no departamento de arte e, com o tempo, migrando para a produção, até alcançar a produção executiva. Atuou na Blues Content, onde produziu conteúdos para grandes canais do YouTube, como Pipocando e Giro Sky. 

Viveu uma temporada em Los Angeles, onde teve contato com grandes produtoras e acompanhou de perto os bastidores do cinema internacional. 

De volta ao Brasil, trabalhou na Paramount, participando da execução de eventos icônicos como o MIAW e o Meus Prêmios Nick. 

Atualmente, é Senior Producer de Produções Originais na The Walt Disney Company, contribuindo para séries de sucesso como Amor da Minha Vida e Impuros, que vêm conquistando o público e fortalecendo o catálogo de conteúdos nacionais da Disney+.

Kelly Castilho

Mãe, Publicitária, Cineasta, Curadora, Palestrante, Mentora, Criativa e atua no mercado de filmes publicitários e cinematográficos há 29 anos. Passou por produtoras como O2 Filmes, Sentimental Filmes, Conspiração Filmes, Academia de Filmes, entre outras. Fundadora da produtora Confeitaria Filmes e do África Br Contemporary Institute. 

Já foi Júri do Gerety Awards, Ampro Globes Awards, Cannes Lions 2023, Young Lions e PPA. Atuou como Head da Produção Artística da Rede Globo. Dirigiu o premiado Estação Livre na TV Cultura, e também o Especial da Rede Globo filme documental Mães do Brasil 2021, entre outros.

É Diretora Vice-Presidente do Instituto + Mulheres Lideranças do Audiovisual Brasileiro. Mentora no Perifa Lions, voluntária no Grupo Mulheres do Brasil e Li.Belo.

Anna Carl Lucchese

Doutora em comunicação e mestre em artes, é documentarista, artista-pesquisadora e professora, trabalha há mais de 20 anos no mercado audiovisual, tendo se especializado em direção e montagem.

Atualmente, é professora do Centro Universitário Senac e coordenadora do Projeto “Elas Criam – Mulheres de Impacto”, do Instituto Criar.

Foi diretora do talk show “A Máquina” e dirigiu três séries de documentário na TV Gazeta. Em 2015, lançou seu documentário de longa-metragem “Identidade Cotidiana”, adquirido pelo Canal Brasil. 

Passou por produtoras como Academia de Filmes, Big Bonsai e Farol Filmes, além de ter participado de trabalhos produzidos por emissoras como TV Cultura, Band e CNN Brasil.

Cai Teixeira

Formada em Gestão Cultural, pelo SENAC/SP; em Comunicação Social, com habilitação em Relações Públicas pela FAPCOM; e Assistência de Direção e Roteiro pelo Instituto Criar, de TV, Cinema e Novas Mídias (Turma 3). 

Atua há mais de 15 anos com produção de eventos diversos. Foi dramaturga, diretora e produtora de diversos espetáculos entre 2011 e 2019. Educadora e Coordenadora Pedagógica no Projeto 1ª CENA (2011-2019). Oficineira de Produção Cultural, nas linguagens de Teatro e Audiovisual, na Casa de Cultura de São Mateus (2016) e no Centro Cultural da Vila Formosa (2021).

Atualmente faz parte do coletivo Cinemateus, está Supervisora Executiva no Instituto Criar e Diretora-Presidente no Instituto Usina dos Atos, organização social com atuação na zona leste de São Paulo.

Sarah Pimentel

É Natural do Amazonas, possui 15 anos de experiência em produção, passando por jornalismo, publicidade e audiovisual. Desde 2016, atua como produtora executiva e, em 2020, começou a se especializar em roteiro. Gerencia projetos culturais e sociais com foco em impacto social e diversidade.

É colaboradora da Taturana – Cine e Impacto Social, onde coordena projetos de formação em campanhas de impacto. Pela instituição, coordenou o Lab Taturana + Impacta Cine, coordenou as Comissões Brasileiras do Fórum Latino-americano de Cinema e Impacto Social (México e Colômbia) e apoia na produção do evento. Atualmente, também é responsável pelo curso Cinema e Ação, desde sua primeira geração, que acaba de iniciar uma nova edição neste mês.

Juliana Brombim

É Coordenadora da comunidade de exibidores na Taturana, com mais de 10 anos de atuação no setor audiovisual. Especialista em distribuição de filmes com foco em impacto social, trabalha como produtora de impacto em lançamentos e campanhas de

mobilização para documentários na América Latina. Colabora com produções na Venezuela, Espanha e no Brasil e integrou a equipe da Taturana liderando campanhas de filmes e ações de mobilização nacional, em articulação com redes de exibidores e organizações da sociedade civil.

Monique Rocco

É Produtora Executiva e Criativa com 20 anos de experiência no mercado audiovisual. Lidera projetos de ficção e não-ficção para o mercado nacional e internacional, sendo produtora executiva na Maria Farinha Filmes e co-diretora executiva da Kilomba Produções.
Ao longo de sua carreira, produziu para diversos canais de TV e grandes plataformas de streaming, entre elas Netflix e Globoplay, tendo também se dedicado ao acinema do autor. Conta com importantes produções em seu portfólio, como os longas “Enterre Seus Mortos” de Marco Dutra, “Barba Ensopada de Sangue” de Aly Muritiba, “Racionais MC’s – Das Ruas de São Paulo para o Mundo” de Juliana Vicente, “Dentro da Minha Pele” de Toni Venturi e “O Estopim” de Rodrigo Mac Niven. No universo das séries, destaca as mais recentes “Segura Essa Pose”, “Quem Ela Pensa Que É”, “Todas as Cores do Brasil”, além de duas temporadas de “Quebrando o Tabu”. Entre os curtas, destacam-se “O Tempo é um Pássaro” e o aclamado “Kbela”, ambos de Yasmin Thayná, sendo este último eleito Melhor Curta-metragem da Diáspora Africana no AMAA Awards de 2017. Também da mentorias para projetos audiovisuais e cursos de formação.