TIAGO IDALINO DE OLIVEIRA nasceu em 1987, no Real Parque, distrito do Morumbi, zona sul de São Paulo, onde mora até hoje. O modelador 3D – essa é a sua profissão – é professor do ofício em uma escola de cinema em São Paulo e ainda freela para algumas empresas de games fora do país. Para um mundo melhor, ele acredita no exemplo. Estuda e trabalha para inspirar a família e a comunidade. Ele sabe o quanto é difícil mudar uma sociedade. Então, como chegar onde você está hoje?
Antes de ingressar no Instituto Criar, Tiago já integrava o Favela Atitude fundado em 2004 por ele e outros seis moradores das favelas Real Parque e Jardim Panorama. Em 2007, entrou para a 2ª Oficina de Computação Gráfica do instituto e no ano seguinte seguiu estagiando na TV Cultura. Surge então a oportunidade de inscrever o “Favela” no 3º Prêmio Criando Asas (2008-2009) e o grupo vence com “Favela Atitude – Hip Hop e Comunicação na Quebrada”. O jornal comunitário gerou bastante impacto para os moradores, entretanto os videoclipes planejados tiveram o material bruto extraviado. Tiago pode conhecer vizinhos até então desconhecidos e passou a olhar para seu próprio bairro com mais interesse. Hoje, a comunidade passa por uma urbanização, mas nem todos preservam as melhorias em implantação.
Para o modelador, que desde os 15 anos perde amigos para o crime, a passagem por ONGs foi uma experiência bastante válida, mas também decepcionante. O jovem de 25 anos atribui sua vida a uma soma de esforços incluindo estudos, arte, família e ao Instituto Criar. Tiago diz ter herdado a determinação da mãe paraibana e a inteligência e a calma do pai paulistano. Ainda assim, respondendo à pergunta de como chegar, ele conclui que o processo é muito individual.
E exemplifica com o caso de um “moleque” que conhece desde pequeno e que sem estrutura familiar tinha tudo para entrar na vida do crime. Mas está no caminho certo. Não há garantias. Apenas acreditar e fazer.
Por Maria Beatriz Alves de Araújo
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