JEREMIAS NUNES DE JESUS nascido em 1991, no Imirim, mora no bairro vizinho Cachoeirinha, zona norte de São Paulo. Filho de um pastor, já falecido, é ateu e acredita que o “trampo” social pode mudar o mundo. O penúltimo filho de dez tem sua trajetória marcada por ONGs e não abre mão do peso que essas organizações têm em sua formação. “Com 14, 15, 16 anos, é uma fase muito específica de como se tornar um ser humano daqui pra frente. E não é uma escola que vai fazer isso, é algo além.” Jerê, como é apelidado, valeu-se de muitas oficinas de teatro, dança, circo e música e é um ser convincente. Aos quase 18 anos chegou ao Instituto Criar indicado pela ONG “Clube de Mães”, cursou a 6ª Oficina de Câmera, conheceu jovens também vindos da Fábrica de Cultura como ele e se apaixonou por Thais, da turma de Cenografia. Estão juntos até hoje.
Feliz pelo documentário “Graficamente Falando” ter sido selecionado no 4º Prêmio Criando Asas (2010-2011), o câmera amadureceu muito nessa primeira responsabilidade “como trabalho”. O projeto transformou o próprio grupo de trabalho e também os profissionais do HQ independente que foram entrevistados e filmados. Ele descreve todo o processo do audiovisual e se sente agradecido pelo que chama de “despertar” para a linguagem do documentário. Para ele fica a vontade de participar de outros editais e de ajudar mais pessoas.
Hoje Jerê freela como câmera e assistente de câmera e vive disso. Depois do prêmio, adquiriu sua desejada câmera que carinhosamente chama de “filhinha” e está aprendendo a manusear. Seu próximo sonho é um projetor. O câmera quer projetar filmes na rua.
Por Maria Beatriz Alves de Araujo, 2012
[smartlinks id=”49″ ]