Nascida em 31.10.1990, no Grajaú, zona sul de São Paulo, onde mora até hoje, GISELE RAMOS não tem nada de bruxa. Ao contrário. Nos palcos, onde aprimora seu chamado, a atriz esbanja criatividade, alegria e esperança para a criançada.
Ela tem a memória de uma boa atriz. Lembra-se do tio músico que animava os almoços de domingo, o primeiro violão que ganhou da mãe, a contação de histórias da TV Cultura, a oficina de palhaços com os irmãos, sua primeira peça aos nove anos, a estreia oficial aos 13, a entrada para o grupo “Identidade Oculta”. Na 6ª Oficina de Maquiagem do Instituto Criar, a atriz que sempre teve uma pegada de diretora, aprendeu a valorizar mais o ser humano e a convivência em grupo. Também no instituto foi “picada pelo cinema” e de lá para cá filma tudo.
No documentário “Tem Teatro Logo Ali”, vencedor do 5º Prêmio Criando Asas (2011-2012), a atriz assumiu a direção e a edição. Como sempre, o maior desafio é lidar com as pessoas. Gisele afinou na prática seu senso de convivência, constatou a acomodação do público em ir ao teatro, descobriu que os maiores interessados são as crianças bagunceiras e não desistiu de transformar pela arte. O curta de 13 minutos mostrou um pouco da realidade do teatro nas periferias, mas ainda tem muita veiculação pela frente.
Aos 22 anos, Gisele não é só atriz, maquiadora, editora. Professora de teatro em duas escolas públicas, articuladora do projeto social “Canja dos Artistas”, essa agente cultural abraça a comunidade. Sua mãe diz que ela nasceu para ajudar o mundo. Faz sentido para a filha. “Se você não fizer algo que você se sinta bem, você não evolui em nada. O trabalho social é isso, você não tem que esperar algo em troca. Se está dando certo, você já está recebendo.”
E o que é dar certo? “Dar certo é transformar.”
Por Maria Beatriz Alves de Araujo, 2012.
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