Resultado de seu temperamento curioso e determinado, DANILO SANTOS FERREIRA, paulistano nascido no bairro do Grajaú em 1993, está construindo sua história como quem está subindo uma escada focando um degrau por vez.
Ele conta um pouco da linearidade de sua trajetória. Aos 16 anos, ex-aluno da BRASCRI – Associação Brasil Criança, foi indicado para a seleção do Instituto Criar, onde entrou para a 7ª Oficina de Edição. Sua curiosidade de conhecer como as coisas funcionam o levou a espiar outras oficinas e a integrar o projeto “Arranha Céu”, candidato ao 5º Prêmio Criando Asas (2011-2012). Graduação e premiação juntos, muita alegria, partiu para a realização de “Tempos de Pipa”, onde assina a direção, edição e a iluminação. “O Prêmio foi a coisa mais importante que aconteceu nesses últimos anos. Foi de lá que eu construí todo um pensamento, para estar onde eu estou hoje.” O curta-metragem que já conta com mais de 12 mil acessos no YouTube motivou outro prêmio, uma bolsa de estudos integral para o curso de Direção de Cinema na AIC –Academia Internacional de Cinema, e um estágio na Conspiração Filmes renomada produtora audiovisual da cidade.
Após seis meses, Danilo solicitou à produtora um ano de estabilidade para estudar. Quer fechar o curso de direção na AIC com chave de ouro e, para isso, tem que assistir a um filme por dia e ler um livro por semana. Sorte ou destino seja lá que nome isso tem, conseguiu. Só retorna no final de 2013, com seu DRT em mãos.
O futuro diretor fez uma promessa caso ganhasse a bolsa na AIC – dedicaria parte de sua vida para questões sociais. Danilo, que foi transformado por ONGs a vida toda, assim que se estabilizar, está decidido a devolver tudo o que ganhou.
O editor de 19 anos tem apenas uma irmã dois anos mais jovem. Os dois são filhos de um “garotão gente boa” de 42 e uma mãe de 40. A pequena e jovem família às vezes cria uma expectativa “invisível” do filho que tanto se orgulham e que foi criado na base do “passou de ano não fez mais do que a obrigação”. O “menino do filme”, como ficou conhecido no bairro, diz mais – que é movido mais pelo tentar fazer do que pela teoria. Fica a dica.
Por Maria Beatriz Alves de Araujo