Nascido em 1989, BRUNO ALFREDO PEREIRA, criado em Artur Alvim, zona leste de São Paulo, é filho de um cinéfilo de filmes de terror. Ao mesmo tempo em que o garoto aprendia com o pai a gostar de filmes, nascia uma percepção de que fazer cinema estava distante para um estudante de escola pública. Quanto mais estudava, mais consciente se tornava dessa realidade. O futuro diretor e roteirista começou na 8ª série a fazer cursos gratuitos, no 1º colegial a receber pelo Kinoforum suas primeiras noções de linguagem cinematográfica e, aos 17 anos, chega ao Instituto Criar para integrar a 4ª Oficina de Câmera.
Embora seus pais não acreditassem que suas escolhas poderiam lhe sustentar um dia, Bruno se apropriou do conhecimento adquirido fora de casa e confiou em sua vontade de fazer uma produção audiovisual acontecer. O primeiro filme que escreveu e dirigiu foi “60 ml” um dos vencedores do 3º Prêmio Criando Asas (2008-2009), que Bruno avalia como um filme muito focado no ponto de vista de quem possivelmente assistiria e, portanto, um documentário de baixa audiência.
Em 2010, Bruno escreve e dirige sobre uma questão “mais universal” e que estava em construção no pensamento do jovem desde os tempos de sextas-feiras 13. O bem sucedido “Nota de Corte”, merecedor do 4º Prêmio Criando Asas (2010-2011), mostra os desafios que um estudante da escola pública enfrenta para ser admitido na universidade pública, no caso a USP (Universidade de São Paulo). O filme contou com depoimentos de especialistas na área educacional, participou de festivais e impactou desde o protagonista aos alunos da USP. Mas o cineasta quer mais resultados e por isso pretende voltar ao cinema quanto estiver mais maduro.
Conhecido como Bralfperr (abreviação de seu nome completo), o jovem graduou-se na Academia Internacional de Cinema e já trabalhou com vários fotógrafos incluindo o “espanhol brasileiro” J.R. Duran. Hoje é 1º assistente do renomado Jacques Dequeker, fotógrafo da área editorial, com quem viaja sempre e conhece outros mundos.
Nessa vida corrida, chega a passar quatro horas por dia no metrô de São Paulo, meio de transporte que tem fascínio. Dessa “relação” surgiu a série de fotos “Casal no Metrô”. E passados seis anos do Criar, é graças ao metrô que Bralfperr vez ou outra mata a saudade dos amigos e marca um encontro no “meio” do caminho.
Por Maria Beatriz Alves de Araujo, 2012
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