De Cabuçu para Rio +20
Do Cabuçu Serra da Cantareira para a Rio+20.
Veterano da Oficina de Produção do Instituto Criar, Rodrigo Maia Marques sempre foi engajado em ações socioambientais. Durante seu processo de formação no Criar, Maia, como é conhecido, teve a certeza que o audiovisual poderia ser um ótimo aliado nessa sua empreitada social.
Com uma câmera na mão e mil ideias na cabeça, Maia encontrou no Prêmio Criando Asas a oportunidade perfeita para levar ainda mais adiante importantes questões. Ao vencer a primeira edição do prêmio e receber 5 mil reais para viabilizar seu projeto, Maia através do coletivo Mundo em Foco produziu o programa Jovem Mundo Social que retratou o trabalho desenvolvido por diversas ONGs de São Paulo. O programa ganhou a telinha e foi exibido na TV Comunitária do Estado de São Paulo.
Desde então não parou mais, atuando com o grupo Mundo em Foco, que desenvolve projetos visando melhorias sociais por meio do audiovisual, bem como no Movimento Cabuçu, manifestando causas Ambientais através das Artes
O grupo Mundo em Foco é recordistas de premiação com 8 projetos vencedores durante os cinco anos de Criando Asas.
Finalmente no dia 15 de junho , Maia embarcou para o Rio de Janeiro para participar de palestras, debates e diálogos da Rio +20, mais especificamente no espaço da Cúpula dos Povos, no Aterro do Flamengo. Também assistiu aos painéis do Rio + Social, evento inovador e paralelo ao Rio +20 que reuniu líderes para uma conversa global sobre a conexão entre mídias sociais, tecnologia e sustentabilidade.
Ao longo da jornada, Maia documentou sua experiência, captou imagens, colheu depoimentos, registrou sua visão dos bastidores e dos acontecimentos da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável. Tudo em defesa das causas ambientais as quais defende, contando com o apoio da Usina Criar que disponibilizou equipamentos para deixar tudo bem registrado.
“O que me animou em todo este processo foi o fato de a sociedade civil ter participação significante em todas discussões e manifestos, gerando trocas de experiências e abrindo um grande leque para reascender e multiplicar o debate em nossas comunidades.
A luta não acabou! Vamos enfrentar no local e somar para o global” diz Rodrigo Maia.
De volta a São Paulo, Maia agora se dedica a roteirizar o material gravado e editar um curta metragem revelando o seu ponto de vista da reunião da ONU.
Cine Rincão
A trajetória de Paulo Eduardo, educando da Oficina de Edição da turma I, inspirou o curta metragem assinado pelo cineasta Fernando Grostein Andrade (Coração Vagabundo e Quebrando o Tabu), especialmente para COLORS With Love, um projeto mundial da marca Benetton. Baseado em fatos reais, “Cine Rincão” conta a história de Paulo Eduardo, de Osasco, Brasil, que aos 15 anos foi baleado e sobreviveu a um tiro no peito. Filho de imigrantes nordestinos que desembarcaram em São Paulo em busca de oportunidades, a família de Paulo Eduardo se estabeleceu em terreno de invasão. Paulo teve uma infância simples mas repleta de sonhos. Sua trajetória de vida passa por projetos sociais que o ajudaram a construir seu futuro. No Instituto Criar , Paulo Eduardo desenvolveu seu potencial e encontrou uma profissã o. Virou editor, monitor da turma e profissional do mercado. Descobriu também que podia transformar a realidade de outros jovens como ele através do audiovisual.
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A vida imita o vídeo
Bruno Braupferr, 22 anos, foi aluno da turma IV (2007/2008) de Oficina de Câmera. Depois que concluiu a formação, não parou mais. Conseguiu uma bolsa através do Programa de Educação Continuada do Instituto Criar para se aperfeiçoar no assunto e foi estudar a sétima arte na Academia Internacional de Cinema. Também teve sua primeira experiência de trabalho na área articulada pelo Criar. Estagiou com o expert J.R Duran e foi efetivado. Estudou, estudou, trabalhou, trabalhou. E aprendeu mais e mais… Como o céu não é o limite, Bruno inscreveu sua empreitada no Prêmio Criando Asas, que fomenta e viabiliza projetos que usam o audiovisual como ferramenta de transformação social , e ganhou! Com uma câmera na mão, um roteiro no papel e 5 mil reais no bolso, produziu o documentário Nota de Corte, que investiga os perrengues enfrentados por jovens de baixa renda para passar no vestibular das universidades públicas. O filme, que tem 17 minutos, já ganhou a telona de importantes mostras Brasil a dentro.
Com vocês, Bruno Brauffer!
“Com uma ideia na cabeça e uma câmera na mão é possível fazer a diferença. Nasci na Zona Leste de São Paulo e desde criança assistia filmes com meu pai e era ali que ele aproveitava para me ensinar valores e ensinar sobre a vida. Então cresci e parecia enxergar a 24 quadros por segundo. Queria produzir, filmar e poder devolver a mesma magia e experiência que recebi de outros filmes na minha infância. Mas a distância era imensa, socialmente e fisicamente.
É ai que como em roteiro, no momento da reviravolta, eu conheço o Instituto Criar e o improvável ganha força. E toda aquela explosão de cores e luzes agora com uma forma definida invadiu novamente minha mente e transformou minha jornada. De lá, fui selecionado e ganhei uma bolsa integral numa importante academia de cinema, trabalhei com renomados fotógrafos do país e consegui fazer com que meus projetos atingissem fronteiras que eu nem imaginava existir.
Nos meus projetos procurei retratar a minha época. Vejo no cinema um compromisso com os seres humanos e a sociedade. A jornada é árdua, mas estou me preparando para daqui dois ou três anos começar a produção do meu primeiro longa-metragem.”
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